domingo, 14 de junho de 2009

LAÇOS

Quando cessa a dor em minhas mãos, a dor de tentar desfazer laços apertados, nós, cortar fios de ouro que unem a realidade ao impossível, quando cessa a dor, sinto que minha essencia é quem nega, quem não quer terminar a árdua tarefa.
Quando reinicio , já cansada , vejo a imagem de novo, projetada em um ser comum. Os olhos, o cabelo, a cor da pele, as roupas, mais uma vez vejo meu sonho projetado neste mundo real......... vou até o objeto projetado, as roupas negras, os cabelos prateados, tudo igual, menos a doçura de sua presença, menos a luz que emana, menos o perfume de paz que espalha.
Então vejo que... de novo é uma projeção de meu sonho, de minha realidade distante... e volto aos laços. aos fios que unem a lua ao impossível, e que não podem ser cortados , seriam duas feridas, uma aqui ,outra além, muito além....
Melhor deixar os fios, quem sabe algum inseto prateado necessite deles para construir um abrigo, sentindo que ali existiu muito amor , que foram tecidos com confiança, mãos firmes, para nunca morrer.
Desisto, que fiquem marcando caminhos, que gravem no espaço infinito notas musicais , para embalar o sonho de outras que cheguem depois de mim.

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