quinta-feira, 2 de abril de 2009

OUTRA VEZ


De novo, misturado ao burburinho da cidade, confundido no meio da rua, te perdi.
No momento em que senti teu olhar firme e doce, interrogador, em mim, foram segundos? minutos? um sopro de ar doce tomou conta de meu coração e sentimentos, e diante de tudo me obriguei a tapar os olhos, para não deixar ver lágrimas de saudade, nostalgia imensa, da imposibilidade de tocar o brilho prateado dos caracóis...do teu cabelo.
As mãos.... os ombros, os olhos, a roupa... os passos lentos, sempre, sempre, olhando, firme, doce..... e logo, como um fio de fumaça desvanecido.... se foi... foi para onde?
Será que sais de dentro de meus sonhos, do mais intimo de minha alma, só para lembrar-me que vives? que segues ali.... em silencio, guardado como a mais preciosa jóia , cuidado como o mais frágil pássaro....esperando que chegue o momento mais pleno, mais real, o momento do reencontro, além dos nossos olhos?
No espaço infinito te escondes.... guardando lugar para meu amor?
Porque vens? porque vens? para darme forças o para aumentar a saudade?
Saudade doce que dói.
Saudade triste que faz sorrir.
Dança de sentimentos, cores luminosas que te cercam quando chegas, demoras muito para chegar, mas... quando menos espero, cais do céu, como uma folha de outono pedindo calor.... e danço.... bailo..... esperando sem esperar, tua próxima visita irreal e palpável. Acompanho a música de teus pensamentos...segundos de dança....
Segundos que fazem brilhar meus olhos , que crescem, meus olhos crescem, enormes como a lua, brilhando com tua luz prateada.

E te vais.............deixando-me com as lágrimas..........que molham a saudade, deixando que ela creça, como uma flor sem perfume.
Volta logo... sem pressa.... sem volatizar-te no espaço, minha luz prateada.